sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Lições da Catalunha

Crescer a jogar



Fascinante a metamorfose de Neymar desde os seus tempos no futebol sul-americano para os dias de hoje. Se é óbvio que o contexto competitivo que encontrou na Europa o forçou a se adaptar, menos óbvia é a maneira como a influência que a filosofia e os colegas em Barcelona lhe proporcionaram. É agora um jogador muito mais eficaz do ponto de vista daquilo que pode oferecer de diferente ao jogo: imprevisibilidade, que beneficie o jogo coletivo. O brasileiro continua com a mesma qualidade técnica mas consegue agora fazê-lo para beneficiar da melhor forma a equipa. Utiliza o drible como arma, como chamariz, não necessariamente para progredir ou para o benefício da notoriedade. Atrai, atrai, atrai... e liberta. Quando assim se exige. Mais jogadores à sua volta implica menos jogadores em redor dos seus colegas e mais espaços abertos para penetrar que não os que pisa.






Continua a haver diversão. O atrevimento para tentar algo diferente em cada jogada. Mesmo que não seja com um objetivo imediato, porque nem tudo tem que o ter. Os caminhos para o golo, muitas vezes bem fechados por uma densidade adversária assinalável, precisam de ser trabalhados com objetivos a "longo-prazo". Atrair para enganar. Uma, duas, três vezes. As que forem preciso para que os erros do outro lado surjam para aí sim, ser incisivo.

Referir também, porque assim o merece, a evolução de Suarez. Noutro patamar de qualidade e com outros defeitos mas agora muito mais consciente das suas limitações. Um registo de transformação similar ao brasileiro, onde se percebe que agora compreende melhor o que a equipa necessita. Não extraordinariamente mas bem melhor do que há 2 anos atrás, por exemplo. Mais uma vez, a convivência com colegas que priorizam outras coisas que não o sucesso imediato e, claro, a humildade de o aceitar. De apaludir.

O penalty de Messi


E a criatividade nos momentos que menos se espera. De Messi para o Mundo:


Quantos pensariam sequer em fazer algo parecido? Poucos. Mas deviam ser muitos mais. Surpreendeu por isso mesmo e ainda bem que o fez. Nada é tão eficaz como concretizar algo que ninguém espera. Nota também para o chocolate de Messi na jogada que provocou o penalty. Que delícia.

Sem comentários: