segunda-feira, 27 de julho de 2015

Uma nova realidade: Benfica


Com três jogos disputados, emerge no Benfica uma nova realidade, obrigatoriamente ditada pela mudança de equipa técnica e alterações na composição do plantel. Três partidas onde já foi possível identificar pormenores positivos e negativos, que para já vão moldando a nova face da águia.

As comparações com o Benfica de Jesus são inevitáveis. E desde logo uma premissa óbvia: a permanência do 4-4-2 como sistema de base. Mas para além disso, o que mais foi notório neste começo?

Uma intenção de circulação de bola menos vertical e mais horizontal, não necessariamente mais lenta mas a privilegiar a variação do centro de jogo até espaços se abrirem para progressão. Aquando da presença de jogadores mais maduros, construção a um, dois toques. Procura de atrair dum lado para explorar o outro;

Com bola, o desvio para o interior dos médios-ala. O incentivo a posicionar mais elementos dentro do miolo adversário (quando em posse no centro), libertando a responsabilidade de largura para os laterais;

Quando com espaço, o interesse em transitar para o meio-campo ofensivo solicitando o passe vertical nos avançados, que, após aproximação, libertam de primeira em quem está de frente para o jogo (médios-centro);

Ocupação pouco racional dos espaços por parte do quarteto de meio-campo quando sem bola. Insuficiência de coberturas pela dupla de centro-campistas, especialmente quando o foco está perto da linha lateral, proporciona demasiados espaços livres em zonas fundamentais. O "6" a acompanhar, individualmente, entradas diagonais e\ou verticais de adversários no último terço, despovoando o centro do meio-campo sem haver compensação por parte tanto pelo 2º avançado como pelos alas;

Alguns bons momentos de (re)criação com bola em zonas avançadas, destacando-se claramente Pizzi e Jonas como referências;

Carcela a deixar água na boca pela qualidade e velocidade de execução;

Ederson assusta com bola nos pés;

Jonathan Rodriguez a lembrar Chicharito. Entrega e disponibilidade apesar da pouca cultura de jogo, algo trapalhão com bola, constantemente a procurar a profundidade e a atacar zonas de finalização;

Nélson Semedo e Gonçalo Guedes a reclamarem mais minutos pela qualidade que demonstram.

No entanto, a pré-época é madrasta para análises precoces. Pelo pouco tempo de trabalho para implementar dinâmicas, pela influência de rotinas anteriores, pelo baixo nível de intensidade aferente aos jogos disputados. Apenas com uma maior amostra será realmente possível reconhecer padrões que afiram a qualidade dos processos.

3 comentários:

Anónimo disse...

Discordo com isso dos pés do Ederson, te qualidade com a bola nos pés.

Não se esqueçam que foi o seu 1º jogo.

João Ferreira disse...

"Discordo com isso dos pés do Ederson, te qualidade com a bola nos pés.

Não se esqueçam que foi o seu 1º jogo."

Para já ainda tem o benefício da dúvida mas a verdade é que ontem colocava, invariavelmente, a equipa em maus lençóis. Tenha sido nervosismo ou falta de qualidade, a ver vamos.

Anónimo disse...

O Paulo Fonseca faria melhor?