segunda-feira, 7 de março de 2016

Manchester City : Os milhões de um plantel mal construído


Em 2008 o Manchester City foi tomado de posse pelo árabe Al Mubarak. O dinheiro árabe logo se fez sentir quando Robinho aterrou em Manchester vindo de Madrid a troco de 43 milhões de euros. O City tem, desde então, gasto muito dinheiro em jogadores. Exemplos de Tevez, Adebayor, Lescott, David Silva, Yaya Toure, Milner, Javi Garcia, Navas ou Fernandinho. Se há dinheiro bem gasto, embora talvez excessivo, também há dinheiro mal gasto e que tem retardado um sucesso mais constante do clube. Olhando a frio para os números, vamos para a 8º época do árabe à frente do clube e o City ganhou 2 títulos de campeão: um com dois golos nos descontos frente a um quase despromovido QPR e outro graças a uma vitória sobre uma equipa de reservas do Chelsea em Anfield, com o famoso escorregão de Gerrard. Mais grave que isso é o desempenho do City na Liga dos Campeões.

Este ano, como sempre, os citizens voltaram a gastar muito dinheiro. Sterling, Otamendi, De Bruyne e Delph custaram cerca de 200 milhões de euros. Jogadores com muita qualidade, são boas adições ao plantel do City mas para mim voltaram a descurar o reforço do plantel no seu todo, na sua profundidade. Não nos enganemos, o City pode facilmente formar um onze fantástico:

XI - Hart, Zabaleta, Kompany, Otamendi, Kolarov, Fernandinho, Touré, Silva, Sterling, De Bruyne, Aguero.

Top mundial. Onze para ser campeão em Inglaterra e para brilhar nas provas europeias. No entanto, uma época é longa, existem lesões, um calendário apertado e com ele uma necessidade crónica de rotatividade. Estamos numa fase crucial da época e o calendário apertou para o City, com jogos frente ao Tottenham e ao Leicester, com a eliminatória para a Taça de Inglaterra com o Chelsea, com a eliminatória da Liga dos Campeões frente ao Dínamo Kiev e com a final da Carling Cup frente ao Liverpool. Com isto, frente ao Chelsea para a Taça, o City apresentou o seguinte onze:

XI - Caballero, Zabaleta, Adarabioyo, Demichelis, Kolarov, Fernando, A.Garcia, M.Garcia, Celina, Iheanacho, Faupala.

Olhando para o onze, só Zabaleta e Kolarov supostamente são titulares. O City até tem opções, mas ou têm em abundância para certos lugares, ou tem jogadores (demasiado) bem pagos que acrescentam pouco ao plantel. Como exemplo, a questão dos laterais suplentes. Ou no ataque, onde para mim existem 4 números "10" nesta equipa (Touré, Silva, De Bruyne e Nasri) e apenas 2 extremos (Navas e Sterling) fazendo com que jogadores como Silva e De Bruyne acabem por deambular para as alas.

O City, com a contratação de Guardiola, tem agora uma oportunidade fantástica de se afirmar, finalmente, como uma equipa regular na Europa. No entanto, convém melhorar a distribuição dos milhões na profundidade do plantel.

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