segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

VfL Wolfsburg - o que espera o Sporting na próxima 5ª-feira

Após a travessia no deserto sem ir à fase de grupos da Champions, o Sporting alcançou um 3º lugar, injustamente. E injustiça na posição classificativa no grupo G, porque o 2º lugar era o que o Sporting merecia ter alcançado, não fosse a incompetência do árbitro no jogo em Gelsenkirchen. Bateram-se bem contra um Chelsea de outra galáxia, deixaram-se empatar nos últimos minutos em Maribor e que agora sabemos o que suspeitámos logo na altura: os 2 pontinhos perdidos na Eslovénia tinham dado cá um jeito... Nem a péssima arbitragem na Alemanha  condicionariam a equipa de Alvalade no apuramento para a próxima fase. Todavia, para um clube que teve tantos anos afastados das competições europeias e para um plantel com pouca experiência (com imensos jogadores formados na sua cantera e não habituados a estas lides), o Sporting fez uma boa prestação. E o caminho óbvio seria a Liga Europa. E na rifa saiu o Wolfsburg, das equipas mais fortes que podiam ter calhado.

O Wolfsburg organiza-se em 1x4x2x3x1:


Começando na baliza, um velho conhecido de quem acompanha o futebol português, temos Diego Benaglio. O capitão e o líder da equipa com uma boa performance já nestes longos anos na Alemanha. É um bom guarda-redes que dispensa apresentações.
Na defesa temos Ricardo Rodríguez a DE, lateral forte defensivamente e que se envolve bem no ataque. Knoche e Naldo formam uma dupla fortíssima, com um poder aéreo assinalável (entre eles têm de média de altura 1,94m), robustos e que transmitem a segurança defensiva que o Wolfsburg precisa para poder construir o seu jogo. Do lado direito da defesa, temos visto Vieirinha: o português que todos conhecemos como extremo tem feito vários jogos do lado direito (ganhando posição a Sebastian Jung), mostrando a vocação ofensiva mesclada com a sua qualidade individual, e também associada a uma boa capacidade posicional e ocupação de espaços.
No meio-campo temos Max Arnold, um jogador com uma capacidade de passe extraordinária, rápido a pensar e a jogar, mas que joga mais recuado do que na sua formação enquanto futebolista, onde ocupava espaços mais ofensivos. Luiz Gustavo (a boa notícia é que está castigado para o jogo de 5ªfeira) é o pêndulo deste meio-campo, normalmente mais posicional e com capacidade física para conseguir limpar e entregar jogável aos colegas da frente: a grande mais-valia deste Wolfsburg.
Sem qualquer dúvida, Caligiuri, De Bruyne e Dost têm uma qualidade individual assinalável e que são jogadores de grande categoria. A juntar a este elenco a aquisição de inverno vinda do Chelsea - Schürrle - afirmamos, sem dúvida, que esta frente de ataque é temível.

As grandes armas do conjunto alemão assentam na velocidade e verticalidade do seu jogo, na rapidez das suas transições, culminando com a qualidade individual de cada um dos elementos do 11 escolhido (Não esquecendo Guilavogui, Perisic e Hunt, por exemplo) por Dieter Hecking.

Esticando o jogo e procurando transições directas, o Wolsfburg é uma equipa que está muito confortável a jogar no contra-ataque, procurando sempre recuperar rapidamente a bola no seu
meio-campo e compactando o espaço para não deixar sair a jogar. Normalmente é De Bruyne/Dost a sair na pressão ao portador da bola, com os 4 no meio-campo a organizarem-se defensivamente com coberturas bastante próximas dos colegas, tendo como objectivo máximo a saída rápida, esticando linhas e chegando à baliza adversária o mais depressa possível. Por vezes, há ocasiões onde Arnold não é tão agressivo na ocupação de espaços, deixando Luiz Gustavo demasiado desacompanhado e a braços com situações de inferioridade numérica (acrescentando ainda as situações onde os extremos não estão preocupados com a vertente defensiva).

Em organização ofensiva e quando estão com a posse de bola, o Wolfsburg prefere sair seguro com os extremos a posicionarem-se entre-linhas, perto do corredor central, com os laterais a abrirem o jogo, progredindo com bola ou explorando a profundidade, esperando que surja um passe nas costas da defesa. A finalidade do jogo ofensiva é sempre a área adversário, maioritariamente usando cruzamentos para chegar até lá. A outra situação mais ocorrente no jogo ofensivo do Wolfsburg, é Bas Dost (excelente avançado, grande e forte) que se apresenta como referência ofensiva: seja para o jogo directo onde faz uso do seu 1,92m e 85kg para ganhar terreno em espaços mais seguros, ou descendo para dar linha de passe vertical ao portador da bola, arrastando marcações e dando espaço a De Bruyne, Schürrle e Caligiuri para actuarem com rapidez nas costas da defesa.


Para além de Dost, existe De Bruyne. Mais que um "nº10", um maestro, ou um organizador de jogo, De Bruyne tem velocidade, drible e sentido de baliza que lhe conferem um papel muitíssimo activo neste estilo de jogo alemão, na procura de golos e oportunidades claras para atormentar o guarda-redes adversário.


Para além do que referimos, as bolas paradas são também uma mais-valia neste Wolfsburg. Para além dos livres directos onde De Bruyne, Arnold e até Naldo (que grande golo marcou frente ao Leverkusen!) gostam de dar um ar de sua graça; nos cantos e livres indirectos a ameaça é constante face à altura dos jogadores que figuram no plantel alemão.

Para o Sporting a missão é extremamente complicada, somos sinceros. Só com um jogo muito bom a nível defensivo e com um jogo ofensivo assertivo, não precipitado  e capaz de saber explorar as debilidades defensivas do Wolfsburg é que o Sporting sairá da Alemanha com um resultado positivo.

Mas sonhar não custa, e desejamos que o Sporting consiga um bom resultado para resolver a eliminatória em Alvalade.

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