Após a travessia no deserto sem ir à fase de grupos da Champions, o Sporting alcançou um 3º lugar, injustamente. E injustiça na posição classificativa no grupo G, porque o 2º lugar era o que o Sporting merecia ter alcançado, não fosse a incompetência do árbitro no jogo em Gelsenkirchen. Bateram-se bem contra um Chelsea de outra galáxia, deixaram-se empatar nos últimos minutos em Maribor e que agora sabemos o que suspeitámos logo na altura: os 2 pontinhos perdidos na Eslovénia tinham dado cá um jeito... Nem a péssima arbitragem na Alemanha condicionariam a equipa de Alvalade no apuramento para a próxima fase. Todavia, para um clube que teve tantos anos afastados das competições europeias e para um plantel com pouca experiência (com imensos jogadores formados na sua cantera e não habituados a estas lides), o Sporting fez uma boa prestação. E o caminho óbvio seria a Liga Europa. E na rifa saiu o Wolfsburg, das equipas mais fortes que podiam ter calhado.
O Wolfsburg organiza-se em 1x4x2x3x1:
Começando na baliza, um velho conhecido de quem acompanha o futebol português, temos Diego Benaglio. O capitão e o líder da equipa com uma boa performance já nestes longos anos na Alemanha. É um bom guarda-redes que dispensa apresentações.
Na defesa temos Ricardo Rodríguez a DE, lateral forte defensivamente e que se envolve bem no ataque. Knoche e Naldo formam uma dupla fortíssima, com um poder aéreo assinalável (entre eles têm de média de altura 1,94m), robustos e que transmitem a segurança defensiva que o Wolfsburg precisa para poder construir o seu jogo. Do lado direito da defesa, temos visto Vieirinha: o português que todos conhecemos como extremo tem feito vários jogos do lado direito (ganhando posição a Sebastian Jung), mostrando a vocação ofensiva mesclada com a sua qualidade individual, e também associada a uma boa capacidade posicional e ocupação de espaços.
No meio-campo temos Max Arnold, um jogador com uma capacidade de passe extraordinária, rápido a pensar e a jogar, mas que joga mais recuado do que na sua formação enquanto futebolista, onde ocupava espaços mais ofensivos. Luiz Gustavo (a boa notícia é que está castigado para o jogo de 5ªfeira) é o pêndulo deste meio-campo, normalmente mais posicional e com capacidade física para conseguir limpar e entregar jogável aos colegas da frente: a grande mais-valia deste Wolfsburg.
Sem qualquer dúvida, Caligiuri, De Bruyne e Dost têm uma qualidade individual assinalável e que são jogadores de grande categoria. A juntar a este elenco a aquisição de inverno vinda do Chelsea - Schürrle - afirmamos, sem dúvida, que esta frente de ataque é temível.
As grandes armas do conjunto alemão assentam na velocidade e verticalidade do seu jogo, na rapidez das suas transições, culminando com a qualidade individual de cada um dos elementos do 11 escolhido (Não esquecendo Guilavogui, Perisic e Hunt, por exemplo) por Dieter Hecking.

meio-campo e compactando o espaço para não deixar sair a jogar. Normalmente é De Bruyne/Dost a sair na pressão ao portador da bola, com os 4 no meio-campo a organizarem-se defensivamente com coberturas bastante próximas dos colegas, tendo como objectivo máximo a saída rápida, esticando linhas e chegando à baliza adversária o mais depressa possível. Por vezes, há ocasiões onde Arnold não é tão agressivo na ocupação de espaços, deixando Luiz Gustavo demasiado desacompanhado e a braços com situações de inferioridade numérica (acrescentando ainda as situações onde os extremos não estão preocupados com a vertente defensiva).

Para além de Dost, existe De Bruyne. Mais que um "nº10", um maestro, ou um organizador de jogo, De Bruyne tem velocidade, drible e sentido de baliza que lhe conferem um papel muitíssimo activo neste estilo de jogo alemão, na procura de golos e oportunidades claras para atormentar o guarda-redes adversário.
Para além do que referimos, as bolas paradas são também uma mais-valia neste Wolfsburg. Para além dos livres directos onde De Bruyne, Arnold e até Naldo (que grande golo marcou frente ao Leverkusen!) gostam de dar um ar de sua graça; nos cantos e livres indirectos a ameaça é constante face à altura dos jogadores que figuram no plantel alemão.
Para o Sporting a missão é extremamente complicada, somos sinceros. Só com um jogo muito bom a nível defensivo e com um jogo ofensivo assertivo, não precipitado e capaz de saber explorar as debilidades defensivas do Wolfsburg é que o Sporting sairá da Alemanha com um resultado positivo.
Mas sonhar não custa, e desejamos que o Sporting consiga um bom resultado para resolver a eliminatória em Alvalade.
Sem comentários:
Enviar um comentário