sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Um final antecipado


Chegou ao fim a estadia de Mourinho no Chelsea. Previsível? Sim. Os resultados, as exibições, as constantes polémicas e as bocas em praça pública antecipavam, mais cedo ou mais tarde, este desfecho. Foi tudo mau demais para ser verdade.

A situação com Hazard exemplificava o atrito (há muito?) existente. Desde as declarações discordantes na imprensa entre os dois, ao momento de frustração do belga no jogo com o Porto, à lide bizarra da sua lesão no último jogo. Mas no meio de tudo, havia algo tangível que pouco destaque mereceu: notava-se, aqui e ali, que os jogadores não se sentiam confortáveis com a sua forma de jogar, especialmente os mais talentosos. Hazard chegou a afirma-lo publicamente, numa entrevista que agora me escapa.

A situação faz-me lembrar um post de Carlos Carvalhal no seu blog que, parafraseando, dizia: "Quando entras para um novo clube, tudo importa. Tens de ter em conta a mentalidade do clube, as suas ambições, a personalidade dos jogadores, a cultura dos adeptos, até a sua religião! Tudo para que quando crias uma identidade, essa seja compatível com o contexto em que te encontras."

De certa forma, esse é o lado do problema que mais importa referir aqui. Não interessa se tens boas ideias quando elas não encontram concordância do outro lado. Podes preferir jogar de determinada maneira mas se os teus jogadores não estiverem a bordo contigo, tudo se perde. E desse prisma, José Mourinho não tinha os jogadores do seu lado, algo que se torna particularmente surpreendente quando falamos de um treinador amplamente elogiado no passado pela capacidade de exponenciar, a níveis incríveis, a coesão do seu grupo.

Existe algo inegável: os jogadores são e serão, sempre, o melhor barómetro. São eles que jogam, que colocam em campo as ideias e são eles que, no final, ganham ou perdem jogos. Se tens o apoio e a dedicação deles ficas muito mais próximo do sucesso. Se não, nem todos os elogios da imprensa, dos adeptos, da direção e dos teus colegas importam porque no fim o fracasso será anunciado.

1 comentário:

Jorge disse...

Neste post destaco principalmente a parte onde se refere que os jogadores são o melhor barómetro. Veja-se aqueles que passaram pelas mãos de Guardiola. Ou mesmo o que os jogadores do Sporting diziam de MSe dizem agora do JJ.