domingo, 20 de julho de 2014

Curtas da pré-época

Vimos ontem, pela primeira vez, a nova cara de um FC Porto que, pelo menos no que conta a nomes, entusiasma bastante. Essa é a primeira nota a ressalvar, do meio campo para a frente e tendo em conta o nível da nossa liga, a qualidade individual é mais que muita.

Apesar do pouco tempo de trabalho de Lopetegui, há algumas ideias que parecem ser padrão na forma de jogar do FC Porto, umas melhores que outras. Comecemos pelo que me pareceu pior. Em primeiro lugar, a falta de paciência em organização ofensiva e no momento em que recuperava a bola, que forçou o jogo para frente, sempre a privilegiar um jogo mais partido, com mais protagonismo para os extremos, o que leva ao segundo ponto. Deu sempre a ideia que Josué joga a pivot porque tem uma enorme qualidade de passe longo, que permite criar situações de 1x1 para os extremos, principalmente para Tello. Aliás, houve momentos em que a melhor solução nem era essa, mas o destino era sempre o mesmo. Estes dois factores fazem com que o FC Porto fique mais frágil em organização ofensiva, principalmente num aspecto em que poderia ser fortíssimo, no jogo interior, com jogadores como Oliver, Josué e Evandro, que perdem bastante protagonismo e com isso o jogo perde criatividade e variabilidade.

O jogo de ontem teve também dois factores que me agradaram. Desde logo a enorme vontade de defender onde se quer atacar. Várias vezes se viu uma primeira linha de pressão muito perto da área do Genk e, apesar de por vezes ser uma pressão muito descoordenada, também é verdade que o FC Porto conseguiu recuperar várias bolas já no último terço. O senão, para já, é que quando esta primeira zona de pressão foi batida, os extremos e os interiores demoraram muito a recuperar, o que rapidamente criou situações de inferioridade numérica, especialmente através de desequilíbrios na profundidade dos laterais adversários. O segundo factor positivo, foi o jogo que Rúben Neves fez. Incrível a facilidade com que varia o jogo, lateral e vertical, a simplicidade com que sai de situações complicadas. Parece que joga há vários a este nível, sempre com enorme facilidade em se ajustar para que possa receber e dar sempre uma saída de zonas de pressão. Tendo em conta a recente contratação de Casemiro é esperado que o Rúben fique a jogar na equipa B em vez de desperdiçar um ano a jogar nos sub - 19.

Domingo haverá mais um jogo. Com mais uma semana de trabalho, será possível verificar se estes comportamentos têm algum tipo de evolução para que a qualidade de jogo justifique o entusiasmo que para já se verifica.


1 comentário:

João Machado disse...

Ao mau que se escreveu aqui após o Genk, há que juntar o mau que se viu ontem:
- zero jogo interior;
- enormes problemas na 1ª fase construção, derivando em inúmeras bolas despejadas para a frente (o tal passe longo...);
- marcação individual nas bolas paradas (WTF???);
- falta de controlo da profundidade. Não basta jogar com a defesa muito subida. É preciso controlar a profundidade quando não há contenção ao portador da bola...

Enfim, muitos indícios preocupantes, sobretudo aqueles que revelam ideias do treinador e não a habitual falta de entrosamento nesta fase da época.

PS: espero que o facto de terem poucos comentários não vos demova de continuar o excelente trabalho que estão a fazer neste blog.